POESIA: jovens poetas do 10º ano exprimem-se à maneira de Bocage

  AUTORRETRATO (2015-2016)

Após a leitura das característcas do autorretrato, os alunos do 10º ano (2015-2016) procuraram fazer o seu autorretrato em verso:



A1
À primeira vista sou um belo rapaz
Tenho os cabelos castanhos
Os meu olhos são como castanhas
redondinhos e castanhos
Tenho a cor da pele bronzeada
O que faz sobressair os meus dentes
branquinhos como a neve
Por isso os mostro muito
Efetivamente sou sorridente e inteligente
Em pequeno era muito ativo…
Nem podia ficar parado,
Mas andava sempre calado

A2
Cabelos que não são ondulados
Mas que pelo vento são soprados
Todos unidos num tronco
Sem nenhum ronco

Sempre de braços abertos estou
Ai! Quem gritou?
Ninguém! Ouço vozes
Vou mas é comer nozes

Não sou pessoa de criticar
E também não sou de amar
Se alguém me agradar,
Não o posso é deixar!

Pronto, agora acabou,
Só te falta é encontrar quem sou.

A3
Redonda é a terra,
A minha terra,
está coberta
de fios de canela.
No Polo Norte
Dois universos
Cheias de luar
se instalaram.
No caroço da minha terra
sentimentos se instalaram.
Quais?
A vontade de saber,
a necessidade de nuvens doces,
A vontade de viver!

A4
Dizem que sou parecida com as minhas irmãs
Bem, não é bem assim.
Olhos diferentes, cabelos diferentes
Não somos iguais.
Sou a mais nova ainda que seja a mais alta
É difícil diferenciar-nos
São os meus dois melhores exemplos na vida
Mas sim, somos diferentes!
Elas vêm sempre ver-me para rir
Mas também sei ser séria, quando é necessário,
Quando quero algo, faço tudo para obtê-lo
Não gosto de desistir, nem de falhar
Não sei se consegui escrever um bom poema
Mas aqui fica o meu autorretrato.
Espero não ter falhado.

A5
Autorretrato

De cabelos longos meio encaracolados
A cor das nozes sobressai nos meus olhos
Com a minha marquinha branca do nariz
Realçada quando estou bronzeada
Reconhecem-me pela minha pequena altura
E o meu pouco humor humorístico
Sou pouco imaginativa nas tarefas onde se deve inventar
Sempre presente para as pessoas que me rodeiam
Quando vejo a lentidão das folhas que caem das árvores
É o tempo que me leva a sair da cama de manhã
Passam por mim, veem que estou sempre a rir pela intensidade voluminosa do meu riso

A6
A juventude via-se quando sorria
Uma cara nova com muita alegria
Olhos da cor do céu de verão
Cabelos castanhos penteados com a mão
Um corpo não muito grande
Comparado ao dos amigos gigantes
Tímida à primeira vista
Depois vê-se um caráter bem particular
Pessoa complicada não sou
Generosa e simpática pela vida vou!

A7
Dos meus olhos castanhos observo
A minha árvore morfológica:
Ramos finos pousam-se sobre a minha cabeça
Como os ramos brancos do meu pequeno busto
O corpo bem enfiado na terra
Raízes que respeitam a gravidade
Discreta e sorridente
Séria e gostando de viver
Atrás desta minha primeira aparência
Vocês outros podem encontrar surpresas
Única na maneira de viver
Na personalidade
No humor
E na maneira de ser.

A8
Pequena e pálida assim sou eu
Cabelos herdados do meu pai
Cor de ouro líquido e muito espesso.
Com uns olhos que têm uma
“Cor de burro quando foge”
Variando entre verde e  castanho
Mudando de cor conforme o tempo
Estes olhos são o espelho da minha alma.
Curiosa desde o berço, sempre
À procura de conhecimento
E por isso mesmo uma paixão desmesurada
Pelos livros que sempre me fascinaram.
Tenho um instinto maternal muito elevado,
tão elevado quanto a minha desorganização!

A9
Como é? Fácil, como toda a gente
Uma menina simples, simplesmente
Um manto preto, castanho, ruivo ou loiro
Uma mistura de tudo, um pouco de nada!
Duas pequenas luzes perdidas no olhar,
O resto é apenas um sorriso a enganar.
Fazer batota para ser maior,
Tímida sem se ver, confiante só por ser.
Sozinha sente-se mal, rodeada insegura
Mas com os queridos, uma doçura.
Tenta sempre ajudar, embora às vezes em vão
É como uma esponja que nunca volta a ser espremida.
Não gosta de falar dela, por isso acaba aqui
Deixa nas mãos do leitor, a escolha para o fim.

A10
Olhos e cabelos escuros
Sorriso discreto mas vindo do coração, quando aparece.
Menina solitária, deixando a vida andando
Talvez julgando as pessoas demasiado depressa.
De aparência triste, fria e tímida
Mas na realidade cheia de alegria a transmitir,
e que nem sempre se vê.
Estou consciente, pode perturbar,
Mas talvez assim esteja a proteger-me
Para  não conhecer o sofrimento.
Atrás destas características, se esconde igualmente
Uma pessoa com grande vontade de vencer
E que não gosta de desistir.

A11
Menina discreta, inteligente,
gosta de rir e divertir-se.
Menina de olhos e cabelos
da cor do tronco duma árvore,
árvore que dá tantas folhas,
na Primavera e no Verão,
como a menina tem dentro de si,
mil folhas de imaginação e reflexão.
Menina não muito alta,
mas com tanta motivação e determinação,
que sonha sempre com o futuro.
Menina que gosta de escrever,
Menina que gosta da simplicidade,
Menina que gosta de ajudar os outros.

A12
No retrato que me faço
-traço a traço-
Diria que o que mais me caracteriza é minha pequena altura.

Olhar sincero e apaziguador,
vejo assim o mundo sorrindo.

Pele branca e cabelos encaracolados,
Rio e sorrio.

Coração fechado mas ritmado;
Ondas, sol e amigos o mantêm animado.

Sonho e amo a vida,
Sempre com um pouco de nostalgia.

Faço tudo para divertir,
Quem ao meu lado quer estar.

O meu nome? Tendes de o descobrir.

A13
Autorretrato

Tenho olhos pequenos e escuros,
Rodeados de óculos, porque sou cego como morcego.
De altura média, estou a meio caminho entre um anão e um hobbit,
E os meus cabelos são curtos e pretos como o carvão.
Gosto dos livros e da música,
Porque tornam  mais fácil a vida.
Odeio o desporto,
Cansa e faz cheirar a porco.
Gosto da minha cama, gosto de sonhar
Como a chama no seu lar.
Agora que me conheces melhor,
Tenta descobrir quem sou eu…

A14
Tenho olhos azuis claro
Mas não sou portista
Tenho uma alma boa e feita de glória
Pura tal como a águia Vitória
Não sou materialista
até sou generoso demais
Posso ter, às vezes, estupidez a mais
Mas não se esqueçam:  eu sou patriota
Alguns podem considerar que sou feio
Mas aposto que não têm um coração
Como eu, que sou amigo e brincalhão
Às vezes pareço ser alegre
Mas atrás escondo a tristeza
Não vivo na realeza
Pareço ser muito preguiçoso
Mas dou do meu melhor com muito esforço.

A15
Pequena, de pele morena,
Tenho cabelos e olhos castanhos,
Pestanas longas
E lábios grossos.
Dizem de mim que, à primeira vista,
Pareço tímida e muito reservada,
Solitária e triste,
Mas os que me conhecem melhor
Sabem que sou muito alegre e faladora.
Tenho sonhos:
Ajudar os outros, sendo talvez advogada,
E simplesmente… tentar ser feliz.

A16
De cima para baixo
É um menino, jovem, de cabeça boa, moreno.
Braços fortes, duma visibilidade considerável.
Tem seu estilo, americano.
Magro como um tubo de ensaio,
Assim alto, de estatura banal.
Deste neurônio sai a reflexão,
Sai do estímulo sua liberdade.
De grande coração, amar
É a sua praia.
De cima para baixo
Talvez engenheiro em pedaços,
Ganhará ele sua vida?
Ou somente receberá uma vaia?

A17
Corpo de atleta
E grande poeta
Com pés musculados
E mãos com talentos pintados
Psicologicamente sou romântico
E o meu espírito está dirigido para o atlântico
Se alguém me chateia
mando-o para a cadeia
Mas para aqueles que são meus amigos,
Podem sempre contar comigo
Pois em momentos cruciais
não se devem preocupar mais
porque irei salvar-vos de perigos totais.

A18
Cabelos marrom intenso
Olhos cor de avelã
Sou muito grande
Um metro e oitenta da cabeça aos pés
Minha camiseta é muito legal

A19
Sempre fui mais rapaz do que rapariga,
mau feitio bravo, aventureira
sem medo do mundo nem dos que me rodeiam.
Uma loirinha, branquinha, fraquinha
que escondia o que era na verdade,
deitava o olhar verde intenso sobre o ombro
e defendia a propriedade e os seus.
Uma ativa que nunca dormia a sesta,
e de manhã sempre quis menos conversa.
Andava sempre vestida como uma menina das revistas,
pois no seu entender rosa com vermelho não podia ser.
Conhecida como a menina dos caracóis de ouro,
ou a menina igual à sua mãe.
Eu queria era ser livre e ser quem sou,
andar descalça e cheia de terra,
viver no campo e ter sempre a porta aberta,
para os amigos e o gato da vizinha entrarem.



A20
Um pouco pequeno,
Pouco fraco portanto,
Moreno sou eu,
Da cabeça aos pés.
Não sei bem donde venho,
Ainda menos onde eu vou.
Gosto do clássico,
Porém nunca sem o futuro,
dizem sempre que sou bom,
mas será isso só uma ilusão?
Se não sei onde vou, 
ainda menos sei como irei,
que no barco do meu futuro
entrei sem conhecer o destino.

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