Como redigir um texto crítico
ALGUNS ERROS FREQUENTES (a evitar!)
NA REDAÇÃO DE TEXTOS CRÍTICOS (livros, filmes, quadros, esculturas…) :
- Uso da primeira pessoa do singular (em vez de dizer “Adorei ler este livro” é preferível dizer “Este livro é de leitura bastante agradável”)
- Uso de um tom demasiado categórico que impõe a opinião de forma fechada e deixa pouco espaço para outras opiniões (em vez de dizer “Este livro é de leitura muito difícil” é preferível dizer “Este livro pode ser de leitura difícil para alguns leitores”)
- Evitar resumir a obra em apreço (é bom referir exemplos que expliquem as apreciações feitas, mas o leitor da crítica não deve ficar a conhecer o conteúdo do livro na íntegra; evitar dizer o final do livro)
- A introdução deve indicar apenas o que se vai apreciar criticamente no desenvolvimento
- O desenvolvimento não deve ser realizado em parágrafo único (é preferível expor uma ideia fundamentada - com exemplos e citações da obra em apreço - por parágrafo)
- A conclusão não deve apresentar ideias novas, deve apresentar um apanhado das ideias mais importantes desenvolvidas ao longo do texto
Apresentam-se a seguir, a título de exemplo, duas apreciações críticas de livros realizadas por duas alunas de 10º ano:
Baseando-te na leitura de Constantino Guardador de Vacas e de Sonhos de Alves Redol, redige
uma crítica ao livro que leste de forma cuidada, obedecendo ao que se segue:
a) Deves fazer o plano do conteúdo do teu texto;
b) Deves estruturar o teu texto por forma a ter
introdução-desenvolvimento-conclusão;
c) Deves incluir na crítica exemplos concretos retirados da
obra lida;
d) Deves redigir um texto entre 480 e 600 palavras.
***
Plano
·
Breve apresentação do livro alvo da crítica
·
Comentário sobre os elementos paratextuais (edição pobre +
citações da contracapa mal escolhidas + pertinência das informações no
prefácio)
·
Narrativa lenta e sem intriga + linguagem e expressões pouco
acessíveis
·
Viagem à infância + interesse para leitor do século XXI como testemunho
de uma época (analfabetismo + trabalho infantil)
·
O sonho do autor: o sonho é que faz viver
·
Conclusão sem novas informações onde retomo ideias: falhas no
paratextual + livro humilde + o mundo do sonho
***
O livro Constantino Guardador de Vacas
e de Sonhos do escritor Alves Redol é um conto neo-realista publicado em
1962. Afirma o autor ser esta uma “obra de pura devoção […] um tanto biográfica” (prefácio, p. 12).
Alves Redol, que baseou a sua obra na infância e no povo, conta a história de
Constantino, um rapaz de doze anos, guardador tanto de vacas como de sonhos e
ambições. Menino como qualquer outro, o seu quotidiano é-nos retratado neste
livrinho de um pouco mais de cem páginas.
Ao nível paratextual, esta edição muito
pobre da Europa-América, apresenta unicamente uma pequena biografia do autor,
tal como uma localização da obra na sua produção literária o que não é
suficiente. Além disso, as citações que aparecem na contracapa não foram bem
escolhidas. Com efeito, no prefácio do livro, o escritor evoca outros aspetos
muito mais interessantes, como a ligação entre a narrativa e a sua vida
pessoal: “ Esta história simples ganhou raízes e deu fruto numa aldeia da
região saloia, o freixial, onde a sua gente me aconchega com carinho há mais de
dez anos” (prefácio, p. 11).
Por outro lado, a narrativa pode ser
considerada lenta e sem intriga nenhuma. É mesmo, segundo Alves Redol, “Uma
banalíssima história do povo” (prefácio, p. 11) que nos é aqui narrada, sem mistérios
ou acontecimentos extraordinários. Uma história do povo que se reflete
igualmente na linguagem e nas expressões utilizadas, não forçosamente
acessíveis a toda a gente o que limita os possíveis leitores desta obra
literária.
No entanto, este livro apresenta vários
pontos positivos. Em primeiro lugar esta obra é uma pura viagem à infância. Cheia
de generosidade e simplicidade, transporta-nos ao mundo rural do autor que nos
mostra a sua aldeia pobre, humilde, mas cheia de gente bondosa nos seus usos e
costumes. O leitor do século XXI aprende assim a conhecer o modo de vida e o
quotidiano dum Portugal considerado, hoje em dia, “velho”. Assim, o
analfabetismo das pessoas idosas e o trabalho prematuro das crianças surgem na
obra: “A Ti Elvira, incapaz de decifrar uma letra do tamanho duma roda de carro
de bois, concede aos netos a façanha de saberem ler nos livros […]” (p. 59)
Em segundo lugar, podemos destacar o facto
de que através duma história aparentemente simples, ingénua e banal, Alves
Redol transmite-nos uma verdadeira mensagem: o sonho é que faz viver! O
protagonista do livro, Constantino, criança inocente e sonhadora, ilustra a
importância dos sonhos na vida de todos os dias. A importância dos projetos,
das ambições, quer eles se realizem, quer não. Como o afirma o escritor no
início da sua obra “Um homem cresce até ao fim da vida, se não em altura, pelo
menos em obra e ambições” (p. 15). Esta poderia ser a moral deste bonito “contarelo”
(prefácio, p. 12)
Assim, apesar de apresentar algumas falhas
ao nível paratextual, este livrinho cheio de humildade transportará os leitores
até ao mundo da infância, a um mundo onde o sonho reina, um mundo que vos
afastará certamente da sociedade do século XXI!
502 palavras
m&m
******************************************
2)
Baseando-te na leitura de O Recruta de Robert Muchamore, redige uma crítica ao
livro que leste de forma cuidada, obedecendo ao que se segue:
a) Deves fazer o plano do conteúdo do teu texto;
b) Deves estruturar o teu texto por forma a ter
introdução-desenvolvimento-conclusão;
c) Deves incluir na crítica exemplos concretos retirados da
obra lida;
d) Deves redigir um texto entre 480 e 600 palavras.
***
Plano
1.
Introdução: apresentação
breve do livro
2. Desenvolvimento: • pontos positivos: - história apelativa
2. Desenvolvimento: • pontos positivos: - história apelativa
- a minha faixa etária
- 1º livro do autor
- boa tradução
•pontos negativos: - elementos paratextuais pouco apelativos
-
mas «…» que equilibra
3. Conclusão: boa apresentação da coleção
3. Conclusão: boa apresentação da coleção
***
O livro O Recruta, escrito
por Robert Muchamore, conta a história de um rapaz de doze anos que de repente
se vê órfão e consequentemente é internado numa “casa” com outras crianças
órfãs que estão na mesma situação dele. Pelas suas capacidades físicas e psicológicas
ele é descoberto pela agência Cherub, pertencente aos serviços secretos
britânicos. O livro relata a difícil recruta de cem dias que James teve de
passar para ser considerado um agente ativo.
Esta é uma obra dirigida a jovens
entre os treze e os dezassete anos e podemos vê-lo na escolha das palavras
utilizadas que tornam o livro de fácil compreensão.
A história é bastante apelativa,
porque é o género de obra que muitos jovens apreciam ler, com ação e intriga
policial. Um fator para o qual gostaríamos de chamar a atenção neste livro é o
facto do estilo do autor “não permitir” longas descrições, por isso a ação
avança muito depressa. Porém, o mesmo fator pode ser criticado, pois este
avanço demasiado rápido é pontuado por momentos em que não acontece nada,
surgindo como que um “vazio” na ação, tal como acontece quando James regressa
da recruta e tem de esperar vários meses até que lhe seja atribuída a sua
primeira missão e possa partir para “Fort Harmony”.
Algo que nos parece que poderia
ser melhorado é a apresentação do livro, nomeadamente os elementos paratextuais
que não metem suficientemente em valor uma obra cuja leitura tanto nos agradou.
Por último, um aspeto muito
importante na realização deste livro e que foi perfeitamente executado é a
tradução do original inglês para o português, língua em que lemos esta obra: as
expressões foram bem adaptadas, o que nem sempre é fácil fazer quando se
traduz. Por isso mesmo, felicitamos a Porto Editora. Trata-se de um aspeto que
de certa forma nos faz esquecer a má escolha dos gráficos utilizados para a
capa.
Este livro é portanto um bom
lançamento do autor já que serve de introdução à coleção do Cherub. Como primeiro
volume que é, apresenta o sistema, a hierarquia, os elementos da recruta, os
agentes e o conceito da agência onde as missões são dadas a crianças porque os
adultos nunca suspeitam delas, como explica Mac no seu primeiro encontro com o
novo recruta.
Estamos perante o livro que
tornou Robert Muchamore conhecido internacionalmente. Foi fabuloso ler esta
obra e podemos perfeitamente considerar que estão criadas as condições para que
os leitores queiram conhecer o resto da coleção.
412 palavras
iRosa
NB: Faltam à segunda crítica citações retiradas da obra e mais referências ao conteúdo da história.
Facebook numa crónica
- A propósito do uso do facebook e do estudo da crónica, os alunos de 10º ano foram convidados a apreciarem criticamente as páginas facebook dos seus colegas de escola, a escolherem alguns aspetos que lhes parecessem ser recorrentes e a partir deles redigirem uma crónica tendo o FB dos alunos do Secundário como fonte inspiradora, por outras palavras, o facto do quotidiano da crónica a redigir tinha de ser retirado das páginas facebook visitadas. A seguir à notícia publicada no jornal Público sobre um despedimento "causado pelo uso do FB"
apresentam-se em livro 9 boas crónicas surgidas na turma de 2013-2014 do 10º ano da SP do LI.
Boa leitura!
Apreciando um espetáculo teatral
- COMO EXPRIMIR UMA OPINIÃO DE FORMA EQUILIBRADA?
- nunca devemos esquecer que, se a peça for baseada, ou
adaptada, de uma obra, isso significa que o espetáculo não é uma cópia
dessa obra; o dramaturgo/o encenador inspirou-se apenas nessa, ou em várias, obra(s), que leu, gostou e depois criou um espetáculo. Claro que podemos não gostar do
seu trabalho, mas não é correto acusá-lo de ter sido
infiel ao(s) livro(s);
- devemos ter em conta a época em que o livro/o texto dramático foi criado, a época em que o(s) livro(s) em que se baseia o espetáculo teatral foram escritos. Ao longo do tempo, os gostos mudam, as intenções mudam. Os leitores são todos diferentes, os públicos também - dos leitores e das plateias originais até aos leitores e às plateias atuais pode existir uma grande diferença, ignorá-lo pode levar-nos a formular opiniões descontextualizadas, sem relevância e por vezes disparatadas que só vão revelar a nossa ignorância;
- a fronteira entre livros/espetáculos teatrais infantis, juvenis e adultos não é estanque e suscita por vezes profundas discussões onde todos podem ter (um pouco de) razão (vejam-se, por exemplo, a esse respeito, as opiniões suscitadas pela obra de Saint-Exupéry, O Principezinho, ou pela obra de José Luís Peixoto A Mãe que chovia - cf. separador deste blogue 'Livros e Escritores'); muitas vezes o autor procura atingir vários públicos, várias faixas etárias ao mesmo tempo;
- nem todas as histórias se constroem seguindo a estrutura clássica do princípio-meio-fim, nem todas têm, ou querem ter, um final (in)feliz, nem todas começam com o tradicional "Era uma vez..." Muitos livros, muitos espetáculos procuram desestabilizar o público pelas ideias apresentadas, pela construção diferente como são elaborados. O importante é "pegarmos" na obra (seja ela um livro ou um espetáculo) com uma mente aberta à novidade, ao "deixa-me ver o que é que este autor me quer dizer?" Há muito que os autores solicitam o público para que o espetáculo faça sentido. Ficar sentado passivamente na cadeira não é sempre suficiente para alcançarmos o sentido e a mensagem da obra diante da qual estamos;
- nem todas as obras são 100% más, nem 100% boas, tal como nós seres humanos, não há pessoas 100% perfeitas, nem 100% defeituosas. A boa crítica deve ser equilibrada e exige de quem a exprime um esforço para tentar ver o bom e o menos bom da obra. Isso passa por uma escolha cuidadosa do vocabulário a fim de não cairmos num elogio desmesurado e cego, nem numa crítica destruidora e insultuosa.
***
No dia 15-11-2013, a turma de 10º ano foi assistir a um espetáculo encenado por Bruno Bayen baseado em várias obras de Clarice Lispector, a saber: o conto infantil A mulher que matou os peixes e algumas crónicas retiradas da obra A Descoberta do Mundo. Da obra infantil, que os alunos foram convidados a ler antes de assistir ao espetáculo, Bruno Bayen copiou a estrutura e parcialmente o conteúdo, ie o conto narrado em primeira pessoa conta a morte dramática de dois peixes à fome por culpa do esquecimento da narradora em alimentá-los. O conto começa por anunciar essa morte e termina esclarecendo-a e esclarecendo a culpa da narradora no sucedido. A peça de Bruno Bayen retoma tanto a estrutura como a ideia: o espetáculo começa por anunciar a morte dos peixes e termina com o já referido esclarecimento dessa morte. Se no conto infantil a narradora conta várias histórias que viveu com animais, na peça de teatro Bruno Bayen vai fazer desfilar uma série de excertos de crónicas de Clarice Lispector, sobre os mais variados temas. O que liga os excertos uns aos outros? Por vezes, nada, absolutamente nada. Bruno Bayen deixou-se cativar pelo fluxo de consciência de Clarice Lispector, uma marca da escritora perceptível nas suas crónicas e que ficou bem visível no espetáculo desconcertando o público.
Aqui ficam as opiniões suscitadas por este espetáculo:
- Na minha opinião, a representação da Mulher que matou os Peixes foi uma grande desilusão. Tanto ao nível da organização da peça como ao nível do conteúdo desta , houve vários fatores que me desapontaram. Ao entrar na sala de espetáculo, tivemos de esperar cinquenta minutos antes do início da peça. Esses minutos tiveram de ser improvisados pelo encenador que nos propôs uma espécie de biografia da autora. Achei essa apresentação muito aborrecida. Bruno Bayen falava com uma voz muito monótona e a biografia perdeu todo o seu interesse. Uma hora mais tarde e depois de um curto intervalo, chegou então o momento da representação. A atriz não soube, a meu ver, recuperar o tempo perdido provocado pelos problemas técnicos, mesmo parecendo ser uma boa atriz. Depois do que vi, pareceu-me que a Mulher que matou os Peixes não é uma obra adequada a representar em palco. De facto, a peça não tinha vivacidade e era muito lenta e o espetador distraía-se facilmente durante a representação. O monólogo não era suficiente vivo para interessar o público na sala. (EP)
- A peça de teatro «La femme qui tua les poissons» não foi muito cativante para mim. O discurso inicial do encenador cansou-nos durante uma hora sem que percebessemos metade do que ele dizia pois falava como se estivesse sozinho e ainda por cima lendo. Durante a peça, achei incrível o facto da atriz conhecer o seu papel sem cometer erros pois ela falou sozinha durante a peça toda. Também gostei da personagem Vladimir que sendo uma personagens discreta teve intervenções eficazes e compreensíveis, ao contrário da atriz que por vezes falava sem que percebessemos completamente o que tinha para nos contar. Este facto foi um problema que me incomodou: ela falava, contava histórias e nem sempre conseguiamos ver a ligação entre as suas diferentes reflexões. Por fim, o título do texto que resume normalmente o seu tema principal, que refere algo bastante desenvolvido ao longo da intriga, acabou por ser transparente, o título acaba por evocar a história dos peixes que é mínima se a compararmos com todas as reflexões que desfilaram no palco. (DG)
- Não gostei espetáculo teatral La femme qui a tué les poissons porque achei-o demasiado aborrecido pelo facto de ter muitas perguntas retóricas (passagem do ovo e da galinha). Era difícil seguir toda a representação, porque era essencialmente composta de monólogos, que complicavam a clareza do sentido por haver frases muito complexas. Também não gostei a primeira parte do espetáculo - narrada pelo encenador – porque não vi qualquer interesse em ler notas sobre a vida de Clarice Lispector. No entanto, gostei, da atuação da atriz: era bastante expressiva no seu discurso e conseguiu instaurar um diálogo bastante inteligível que permitiu perceber melhor as suas frases. Também gostei do jogo das luzes que me pareceram adaptados ao texto. (MG)
-
A representação teatral « La femme qui tua les poissons » a que assistimos na sexta-feira dia 15/11/2013 não me agradou por várias razões.Para exprimir o meu ponto de vista, posso talvez escrever que uma das razões que me impediram de gostar da peça foi o facto de considerar os monólogos menos ricos em emoções e terem menos interesse do que os diálogos. Um outro aspeto que me impediu de gostar do espetáculo foi a minha incapacidade em compreender a profundidade filosófica do que dizia a atriz que mudava de assunto como o vento muda de direção: de forma incontrolável e completamente aleatória… Por isso, não gostei da representação mesmo que seja possível que alguns a tenham apreciado pelos argumentos que dei e pelo facto da atriz ter atuado de forma muito boa. (TPDC)
- O espetáculo de teatro que fomos ver, no dia 15 de novembro, não me agradou, porque eu não compreendi a maior parte da peça. Eu penso sobretudo que ela é mais adequada aos adultos, pelos temas filosóficos que me pareceram ter sido abordados. Não era uma história para cianças! Por isso fiquei desapontada com essa representação. (JS) "La femme qui tua les poissons" foi um espectáculo demasiado lento e o que a actriz dizia não tinha muita lógica, tal e qual como os gestos e as ações dela. Fazia e dizia certas coisas sem interesse e foi se calhar por isso que muitas pessoas se foram embora antes do fim do espectáculo. O encenador que fez a introdução da peça não parecia estar bem o que deu, quanto a mim, um certo aspeto de desleixo à peça. Também me perturbou o título da peça e o conteúdo, que não tinham nada a ver um com o outro. A atriz falou apenas dos peixes no príncipio e deixou no público a ideia de que ia explicar tudo logo de seguida, mas depois começou a avançar com reflexões pessoais, conversas sem sentido para só no final da peça voltar a falar dos peixes e da morte deles. Fiquei sem perceber, porque ela não o explicou, porque é que essa morte era tão importante a ponto de ser referida no título. Pessoalmente não gostei. (BR)
- Pessoalmente, não apreciei a peça de teatro. A atriz era boa e atuava bem, mas eu achei que a peça era demasiado difícil de entender para jovens. Fiquei muitas vezes perdida no monólogo, não entendi a relação lógica entre tudo o que dizia. O texto podia ser compreendido certas vezes, mas a maioria do tempo era muito adulto e demasiado filosófico, exprimindo ideias e relações que há, sobre a vida e a morte. Não se entendia muito bem o porquê da peça. Além disso, o começo do espetáculo com o discurso do encenador que precedeu a atuação da atriz e durou mais de uma hora (por causa de problemas técnicos) foi pior, não se entendia o que falava Bruno Bayen. Por causa disso e da dificuldade de compreensão do texto, não gostei do espetáculo. (CA)
- No espetáculo a que assisti houve partes de que gostei e outras de que não gostei. Gostei do facto de, em muitas das histórias que a atriz contou, podermos pensar em coisas da nossa vida, da vida de todos os dias - esqueceu-se de dar de comer aos peixes, falou do ovo e da galinha, de taxistas,...de vários aspetos da nossa vida atual. Não gostei quando a voz off falava brasileiro, pois não se percebia bem. Antes do espetáculo propriamente dito, o encenador apresentou Clarice Lispector, uma apresentação quanto a mim pouco interessante. Também me quis parecer que o facto de não ter lido antes as crónicas da escritora brasileira dificultou a minha compreensão do espetáculo. (MTR)
- A peça de teatro "La femme qui tua les poissons" foi para mim uma obra misteriosa. Por um lado, a construção literária desta peça é, em si, encantadora: Clarice Lispector, representada por Emmanuelle Lafon, comunica com o público e fá-lo sonhar. Porém, achei que o monólogo feito pela atriz se tornou monótono, independentemente da boa dicção. Considerei igualmente que a encenação de Bruno Bayen estava pobre e era sombria. A mensagem do espetáculo não chegou até mim. (AS)
- Eu confesso não ter gostado muito da peça de teatro. Estou um pouco dececionada porque até gostei de ler a história “A mulher que matou os peixes” de Clarice Lispector que achei original e interessante. Mas ela perdeu todo o seu valor neste espetáculo encenado por Bruno Bayen. Acho que a associção da história infantil com as crónicas da autora não foi muito bem conseguida, tudo resultou muito confuso. Para dizer a verdade, à medida que a peça avançava eu ia-me desinteressando cada vez mais. Porém, respeito o trabalho realizado porque, apesar das críticas que fiz, admiro a atriz por ela ter conseguido decorar todo o seu papel. Não deve ter sido fácil pois ela teve uma boa presença no palco sozinha. Pena é que não tenha conseguido cativar-me. (AG)
- Depois de ter assistido à peça baseada nas crónicas da escritora brasileira Clarice Lispector, eu achei que a peça resultou confusa. Apenas uma só atriz representava durante quase toda a peça, tecendo várias reflexões sobre a vida e a morte, mas nem sempre se entendia o que ela dizia. Achei que a atriz da peça a que assisti era muito boa no que à representação do seu papel diz respeito, ela vivia e transmitia aos expetadores as emoções que vivia na peça pelo seu «monólogo», pela sua «conversa com o público». A peça não nos contou verdadeiramente nenhuma história a não ser a história relativa à maneira como Clarice Lispector matou os peixes. A peça pareceu-me complicada, porque a personagem falava de assuntos inapropriados para o público e isso dava-nos a impressão que ela era doida. A peça não me interessou muito pelo facto de não contar uma verdadeira história, com várias personagens... No entanto, ela não me aborreceu. (AF)
-
Na sexta-feira passada, a turma de português foi ao teatro em Saint-Quentin-en-Yvelines. A peça supostamente duraria uma hora e um quarto, mas por razões de qualidade sonora adicionou-se uma hora. Durante essa hora adicional, o encenador lia apontamentos acompanhado por um parceiro que tocava contrabaixo. O encenador do espetáculo, Bruno Bayen, relatou episódios da vida da escritora Clarice Lispector cujas crónicas o inspiraram para a criação do seu espetáculo. Fiquei com a impressão de que a atriz atuou bem. No final da peça os dois atores agradeceram o público que lhes respondeu grandes aplausos. Pareceu-me que a peça seria mais indicada para um público mais adulto. (MF)
-
Não gostei realmente da representação teatral « La femme qui tua les poissons » porque achei Clarice Lispector, a personagem principal - uma escritora brasileira - uma personagem estranha e pertubadora. Apesar do seu humor e da sua energia foi difícil seguir o seu raciocínio pelos variados temas discutidos ao longo do espectáculo: os seus amores, os seus encontros com um condutor de táxi, a conversa com uma proprietária de uma casa de prostitutas, os seus pensamentos sobre o mundo… Não percebi bem a relação de todas essas reflexões com o início e o fim da peça em que refere ter matado os peixes do seu filho esquecendo-se de lhes dar de comer.Apesar de não ter gostado da peça, gostei da maneira como a atriz representou o papel de Clarice : ela conseguia alternar de uma expressão para outra, da dor para a risada. Isso deu-me algum prazer a assistir a esta peça. (IR)
-
Eu não gostei desta peça de teatro porque foi um monólogo fastidioso. Havia apenas uma atriz durante toda a peça. Tive dificuldade em perceber o fio condutor que unia as diferentes reflexões feitas por Clarice Lispector. Ao longo do espetáculo não vi lógica no discurso, referiam-se momentos da vida quotidiana pouco interessantes para mim, nomeadamente o trajeto de táxi e a conversa com o taxista. Pareceu-me que a música não estava em sintonia com a história e que não foi bem interpretada. Felizmente a atriz representou o seu papel com talento, o que cativou a nossa atenção. Em conclusão: eu não gostei da peça, mas achei a atriz e a sua maneira de atuar muito interessantes. (AR)
-
Eu não gostei muito desta peça de teatro pois, primeiramente, a achei um pouco complexa para nós jovens alunos: foram feitas muitas reflexões filosóficas, às vezes complicadas de entender. Além disso, teria gostado de ver mais personagens em palco e de ver este último com mais decorações. Apesar do que acabei de dizer, achei a atuação da atriz excelente: conseguir recitar em palco, sem parar, foi algo que admirei muito, pois afinal, estando a atriz só em palco, ela conseguiu transmitir emoções. Para concluir, teria gostado de uma peça um pouco mais animada e extravagante, com mais atores e diálogos. (ER)
-
A peça "A Mulher Que Matou Os Peixes" não foi do meu agrado. Na minha opinião, cada crónica apresentada não tinha nenhum sentido e saía completamente do tema que nos foi dado no título da obra, ou seja "uma mulher que matou peixes". Se as histórias tinham uma ligação umas com as outras, não consegui encontrá-la. Já a energia e o dinamismo da atriz foram um aspeto positivo da peça. Apesar disso, não gostei do espetáculo e achei-o estranho. Talvez tenha algum sentido de índole psicológica ou moral que a atriz nos quis comunicar. (KL)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O teu comentário será publicado após validação do proprietário do blogue.