CONSENTIMENTO SEXUAL: Concurso de cartazes « Tu veux ou tu veux pas ? »

 

in https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/consentimento, 9-11-2020.

 

Vamos ilustrar a noção de consentimento sexual em português?

 

Para realizares um cartaz eficaz no âmbito deste concurso da nossa escola deves:

a) ser criativo;

b) escolher uma obra de arte lusófona;

c) criar uma legenda para acompanhar essa obra de arte;

d) respeitar o tema do concurso (ilustrar a noção de 'consentimento sexual');

e) entregar o teu trabalho por via eletrónica até 30-11-2020.

 

 NB- Queres uma ajuda para te inspirares? Observa os cartazes e relê um excerto de um conto de Vergílio Ferreira que nos permite refletir sobre esta questão:

 




Excerto da peça «Farsa de Inês Pereira»

de Gil Vicente

 (1ª representação: 1523 / 1ª publicação: 1562)

 

Mãe:     Lianor Vaz, que foi isso?

Lianor: Venho eu, mana, amarela.

Mãe:   Mais ruiva que uma panela!

Lianor: Não sei como tenho siso.

      Jesu! Jesu! Que farei?

      Não sei se me vá ao Cardeal.

Mãe:     Como? E tamanho é o mal?

Lianor: Tamanho? Eu to direi.

              Vinha agora pereli

               ao redor da minha vinha,

               e um clérigo, mana minha,

               pardeus, lançou mão de mi!           

               Não me podia valer,

      diz que havia de saber

     se era eu fêmea, se macho.

Mãe:    Hui! Seria algum muchacho

            Que brincava por prazer?

 

Lianor: Si, muchacho sobejava!

              Era um zote tamanhouço!

              Eu andava no retouço,

              tão rouca que não falava.

              Quando o vi pegar comigo,

              que m’achei naquele perigo,

     “Assolverei!” – “Não assolverás!” –

    “Jesu! Homem, que hás contigo?”

 

   “Irmã, eu t’assolverei

   co breviário de Braga.”

 “Que breviário, ou que praga!

 Que não quero, áque d’el-rei!”

 Quando viu revolta a voda,

 foi e esfarrapou-me toda

 o cabeção da camisa.

 

Mãe:  Assi me fez dessa guisa

           outro no tempo da poda.

 

           Eu cuidei que era jogo

           e ele... dai-o vós ao fogo!

           Tomou-me tamanho riso,

           riso em todo meu siso,

           e ele leixou-me logo.

 

In «Farsa de Inês Pereira», Gil Vicente, 2014, Porto Editora, pp. 11-14.

 

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