quarta-feira, 18 de maio de 2022

EASTERN LOVES ou AMORES DE LESTE da companhia Hotel Europa

Este era o cenário de AMORES DE LESTE: muitas televisões para "dar voz" a testemunhos que nos chegam do século passado, dum tempo de ditaduras que nos dão que pensar...



Destes AMORES DE LESTE, falámos na aula e anotámos algumas ideias marcantes deste espetáculo:


·        Os atores evocam a vida deles e/ou das famílias no leste da Europa durante a época da guerra fria (depois da 2ª Guerra Mundial até ao desmoronar da URSS/União Soviética e a queda do Muro de Berlim/1989);

·        Os atores/personagens são antifascistas e ao irem para o leste da Europa fogem/combatem (a)o fascismo;

·        As pessoas são atraídas por estudos nos países soviéticos contra bolsas que recebem parcialmente (uma parte da bolsa recebem no país de leste e a outra deveriam receber no país de origem);

·        As famílias da RDA foram separadas por causa da guerra fria;

·        Refere-se que houve famílias que foram separadas com a construção do Muro de Berlim (RFA vs RDA);

·        O português André e o moçambicano Mbalango quando foram para os países de leste com a bolsa de estudo separaram-se das suas famílias, envolveram-se com a população dos países de acolhimento, descobriram a forma como alguns viam o comunismo (algumas reações contestavam-no);

·        Alguns destes jovens foram vítimas de racismo: a detenção por parte da polícia teve, no caso do Mbalango, contornos discriminatórios; quando os casais mistos, formados pelos jovens estudantes-trabalhadores, tinham um filho mestiço, tanto a família de leste como o próprio país cortavam relações com o progenitor africano, muitas vezes enviado de regresso ao seu país (foram referidos exemplos de pais e filhos que perderam o rasto uns dos outros);

·        Vários produtos ocidentais eram muito populares nos países de leste (bananas, a roupa de marca, discos);

·        Algumas marcas inicialmente proibidas passaram a ser autorizadas (McDonald);

·        A peça começa com o português André a jogar xadrez enquanto nos introduz no conteúdo histórico: talvez possamos ver algum simbolismo neste uso do xadrez, jogo de estratégia particularmente popular na URSS, introduzido pelos mouros/árabes na península ibérica (o xadrez pode ser um ponto de contacto, de comunicação neste encontro de culturas/mentalidades);

·        Uma peça-documentário, baseada em testemunhos históricos, reais...

·        Um dos personagens despe-se porque vende toda a roupa, é uma hipérbole teatral que permite acentuar a atração que os produtos ocidentais exerciam sobre as populações do bloco comunista;

·        Quando os personagens entram em cena e se apresentam, temos a aprendizagem do vocabulário e uma certa movimentação em palco (coreografia muito ritmada) que pode ser entendida como uma entrada, uma aprendizagem das regras do regime comunista do país de acolhimento.







SUGESTÕES DE OUTRAS OBRAS QUE NOS LEVAM À GUERRA FRIA:

1) o filme VENTOS DA LIBERDADE (Ballon) (2018)

No verão de 1979, duas famílias de Thüringer, na Alemanha Oriental, estão desesperadas para deixar o domínio socialista e encontrar o sonhado Ocidente. Para cruzar a fronteira, planejam usar um balão de ar quente desenvolvido por eles mesmos. A poucos metros de distância do sonhado lado ocidental, o grupo busca o balão ideal para alcançar o objetivo e faz o primeiro teste, que acaba em uma falha. A polícia descobre o plano e passa a persegui-los como traidores.

 

2) Série portuguesa da Netflix, GLÓRIA (2021, 10 episódios)

Em 1968, espiões, mentiras e segredos prosperam em Glória do Ribatejo, Portugal. Um privilegiado engenheiro da Radio Free Europe toca todos os lados da Guerra Fria.

Diretor: Tiago Guedes

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